segunda-feira, dezembro 24, 2007

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Entre as 8:30 e as 9h, a mamã serve o jantar.

Não te atrases como sempre fizeste em todos os natais.



Quando chegares senta-te ao pé de mim. Vou ficar no canto da mesa porque sei que gostas de te sentar no topo.
Quando chegares dá-me a mão. Vamos passar toda a noite de mãos dadas.


Vais olhar para a mamã e vais dizer-lhe a minha fernandinha está toda jeitosa esta noite.
Vais olhar para a avó e vais dizer olha a minha flausina até brilha
Vais olhar para a tia e a prima e vais dizer as minhas flausinas todas produzidas
Vais olhar para a mana e vais dizer a minha doutora (ela nunca ouviu isso)
Vais olhar para o primo e vais dizer que está um homenzinho (por segundos baixas a cabeça para ninguém ver que ficaste com os olhos em lágrimas, porque todos sabemos que nesse momento morres de saudades do tio - talvez agora já tenhas matado essas saudades..)
Vais fazer o brinde com pai e dizer à nossa familia que é a melhor e a ti que sabes ser um bom pai e um bom marido



oiço tanto essas frases que sempre disseste... vou ouvi-las a noite a toda. só eu.


Depois de jantar dizes agora vou querer um café só como a minha princesa sabe fazer e um copinho do meu wisky só como a minha princesa sabe servir.
Eu faço-o e tu dizes vejam só esta qualidade. Eu sorrio e tu dizes aquele sorriso é um espectáculo.



Vais fartar-te de dizer "txé pa!"
Vais fartar-te de olhar para mim, com aquele olhar com que sempre te apanhava e tu disfarçavas. Aquele olhar de orgulho e de quem estava a pensar és exactamente como eu sempre quis.



Vais adorar a surpresa que eu e a mana preparámos para os pais. Já te levei a prenda hoje de manhã. Amanhã de manhã levo-te outra.


Se não queres que mais ninguém te veja, eu não me importo. Simplesmente dá-me a mão e não a largues toda a noite. Espera que eu adormeça e aí ja a podes largar.




Dá-me a mão. é o unico presente que quero este natal.
Nunca te pedi nada tão simples avô
Fica de mãos dadas comigo toda a noite.
Por favor
Fico à espera que a campainha toque, e sejas tu.
Numa mão o cigarro. Na outra eu.
P e r f e i ç ã o
Entras em casa e dizes a minha poetisa. Dás-me a mão e apertas com força.
Que acabe o mundo nesse momento.
Não te atrases.
Eu, que tanto te amo.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parabéns pelo sentimento.

Já antes aqui vim para partilhar a mesma vivência por que passaste, passas e passarás.

Por isso mesmo convido-te a visitar o meu blog dedicado ao meu avô. Nem sempre está actualizado, mas está sempre repleto de saudades e muito sentimento. Coloquei lá um vídeo que ofereci a cada membro da minha familia este NATAL.

Ah..e o meu avô esteve presente...eu SENTI!

Obrigado!

FR

6:38 da tarde  
Blogger Vb said...

Os avós também nunca morrem....

Sei que percebes porque digo isto!!!

Feliz 2008

11:37 da manhã  
Blogger éme said...

de certza que ele te deu a mão - e dá, todos os dias.

2:52 da manhã  

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